sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

O FACÃO D’EU PODAR MINHAS ROSEIRAS


O FACÃO D’EU PODAR MINHAS ROSEIRAS

Há algum tempo, comprei um facão para podar meus pés de roseiras e que também o utilizo para cortar coco verde.
Durante as manhãs, às vezes corto também flores dos meus pés de roseira, para decorar, harmonizando então com florezinhas, nossa Hemeroteca e Espaço Cultural, pois desde criança que gosto de flores e de santos. Era minha brincadeira favorita. Brincava também de cemitérios, pois maldosamente, pegava as lagartas e borboletas, pra fazer cirurgia até não resistirem e serem sepultadas e para depois se tornarem santos com as figurinhas de personagens beatificados pela minha religião católica, que eu comprava as freiras do catecismo ou no barracão de Pau dos Ferros, na hora do recreio da escola Circulo Operário, com o dinheiro que minha mãe me dava para lanchar ou então quando o meu padrinho Edésio Rocha de Aquino, que era tabelião de um cartório que era localizado ao lado da escola que eu apenas frequentava, pois não era um aluno aplicado nas tarefas escolares quando eu ia então, dá a benção a ele, exclusivamente com o propósito de ser presenteado com  a contribuição de um dinheiro trocado para gastar na hora do recreio. Eu só queria mesmo brincar em volta de casa e também sonhava um dia ser escritor como aqueles do livro de leitura que toda vez quando a professora solicitava para acompanhar a leitura do dia, “lendo apenas com os olhos”, dizia ela e eu muito pequeno ainda, nada entendia. Só sabia eu fazer uma leitura oral como minha mãe me ensinava todos os dias cedinho antes de ir pra escola que era no turno matinal.
Mas percebo que quando pego o facão para cortar um buquê de flores dos meus pés de roseira alguma madame que caminhar pela rua pode se assustar com falsa dedução nesse mundo contaminado com tanta notícia ruim sobre a violência urbana, e também, algum fanfarrão pensar que tenho alguma pretensão algoz ao segurar meu facão.  Mas, uma certa vez, uma madame aqui da rua comentou sobre o perigo d’eu deixar o facão assim exposto, mas não me amedronto se alguém o utilizar contra mim, para me  ameaçar e coagir para invadir o Espaço Cultural ou de modo algoz me aniquilar.
Mas, propositalmente eu deixo meu facão exposto na calçada pra pensarem o que quiserem, ou me furtarem o facão outra vez da calçada e quando pude comprei, um outro facão igualzinho ao que eu havia comprado antes, graças a Deus.

Martins Sampaio – Natal, 20/10/2017. 06: 53 horas. E 14:30 horas.

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