quinta-feira, 31 de maio de 2018

UM TEMPO QUE SE FOI


UM TEMPO QUE SE FOI



Nossa casa no sítio

Era ao lado da estrada

No sentido a cidade onde nasci

Saudoso eu recordo

Com vontade de tudo ficar

E tudo ter de volta

Como voltando páginas de um livro.

Foram-se os anos

E foi-se um tempo em que os sonhos

Era tudo que se queria

Mas depois ter o que se passou

Tornou-se muito difícil pra gente

Viver assim com uma dor

De perdas do que nada tenha sido em vão.

Quem me trouxe a dor na verdade nunca amou

Nem nunca se dedicou ao lazer e entretenimento

Ou não venerou o mar

Nem o nascer e o terminar do dia

Não plantou árvores, mas destruiu as flores,

Os frutos, os encantos e sua sombra.

Vou assim amargando o silêncio

De não poder gritar a agonia de lamentos

Foram se todos. Não tenho a quem chamar

Apenas ficou o vago da escuridão

Num céu da noite sem estrelas nem luar,

Enquanto clamo a Deus um amanhecer

Que o sol possa ainda brilhar novamente.

E possa esquecer a todos que tiraram do meu coração

A alegria, o amor e a plenitude de seguir de pé.



Martinho


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