domingo, 8 de agosto de 2021

ENTRE VERSOS DE DOR E SONHOS DE HARMONIA

 

“ENTRE VERSOS DE DOR E SONHOS DE HARMONIA” – Carlos Alberto Josuá Costa



“ENTRE VERSOS DE DOR E SONHOS DE HARMONIA” – 

Todo aquele que se dispõe a escrever de maneira pública já deve ter recebido algum comentário a respeito do que se escreve. Certamente isso deve ser rotineiro nos dias de hoje, até porque as mídias sociais não dão moleza tanto no elogiar como no criticar; Deus nos acuda!

Mas o que vinha chamando a minha atenção era para o leitor Martins Sampaio (Martinho) que, tão logo dedicava seu tempo na leitura de algum dos textos de minha autoria, imediatamente postava no e-mail a sua opinião. Isso vinha se prolongando nestes últimos cinco anos sem que eu tivesse a oportunidade de conhecê-lo.

Aos poucos fui recebendo mais informações que o Martinho é pau-ferrense, escorpião, e como tal, regido por Plutão e, por isso, deveria ter as características que as pessoas deste signo, em sua grande maioria, apresentam: sentimentais, sensíveis, emocionais, desconfiadas e que buscam vínculos profundos com pessoas que possam responder aos seus anseios na mesma intensidade.

Sobre ele, conforme ele mesmo afirma: “sou autodidata, pensava na adolescência ser projetista de automóveis, mas que resolvera se dedicar ao seu sonho de infância, um dia ser escritor”.  Nesse meio tempo, entre o desejo de ser e a sua efetivação, foi experimentando outros hobbies como marcenaria, fiberglass, eletrônica, amador em publicidade com anúncios gráficos e outdoors e até jornaleiro. Os jogos de Xadrez, a prática do remo pelo Centro Náutico Potengi e da canoagem pelo litoral potiguar traduzem bem o seu espírito inquieto e levando-o a estar sempre em movimento.

Afeito a tudo isso, criou uma Hemeroteca, denominada de “Hemeroteca e Espaço Cultural do Elefante”, onde foi mesclando de tudo um pouco, e hoje, já meio exigido pela idade, desfruta das horas em meio às fábulas e poesias que vai registrando em folhas de papel, como que transportando suas memórias e sonhos ainda inacabados.

Pois bem!

Esta semana eu passando por uma das ruas de Candelária, li na parede algumas palavras acima de uma porta aberta em meio “tom” que me induziu a parar o carro e perguntar: Como é o nome do amigo? De dentro do ambiente ouvi: “Sou Martins Sampaio”. Alegre fiquei, pois enfim iria conhecer aquele leitor fiel . Eu sou Josuá Costa! Imediatamente ele se levantou e veio até onde eu estava, como que também estivesse esperando por esse momento. A felicidade estava estampada em nossos rostos, de tal modo, que seria facilmente visível para qualquer transeunte que por ali passasse.

Para coroar esse fortuito encontro pediu para eu esperar e foi buscar seus escritos digitados com o carinho e o esmero de quem insiste e persiste em não deixar que suas inspirações se percam por aí. Prontamente presenteou-me com suas fábulas, entre elas, “Fábulas para se contar antes de dormir”.  E as poesias? Voltou e, como que se despojando do seu mais valioso elo, me entregou com tamanha alegria. Na capa: “40 POESIAS ENTRE VERSOS DE DOR E SONHOS DE HARMONIA”.

Em casa, no meu cantinho da leitura, fui “degustando” cada uma daquelas poesias, primeiramente com o intuito de conhecer mais intimamente o autor, pelas linhas e entrelinhas envoltas de sentimentos, e depois, por sua história de vida que certamente estaria, naqueles poemas, exposta.

Vejamos essa:

 

FLORES DO DIA-A-DIA

“Sou peão, / Faço versos. / Vivo quase boêmio solitário / Porque faço coisas / No compasso do coração / Todo dia quando nasce o sol / Faço as mesmas coisas. / O corpo cansado / Minha cabeça colhe flores / Nas conclusões do dia-a-dia / Vou assim com as palavras / Para harmonizar o sonho / De ser feliz.”

 

E mais essa:

NAS NOITES FRIAS, ESCURAS SEM LUAR

“Me dá uma notícia / Ouça o vento / O amor que está em nós / Nunca será preciso mais nada / Você sabe o amor em volta / Responda um sorriso / Olha e dê seus passos / O silêncio ouvirá o coração / Para resolver o que fazer / Nas noites frias, escuras sem luar / E se algo der errado / Segurar o que sobrar e ficar em pé / O vento soprará toda poeira / Quando andar e escutar o silêncio.”

 

E ainda essa também:

PARA ILUMINAR AS NOITES DE SOLIDÃO

“Vou roubar do céu a lua / Para iluminar minhas noites de solidão / E trazer você para perto de mim / E navegar a praia em meus barcos / Depois devolverei ao céu a lua / Quando amanhecer e o sol iluminar / O sorriso para esconder a dor / Que um dia senti sozinho / E ser então a estrela do meu coração / Para os sonhos não serem em vão / Esquecer as lágrimas e suar / Construindo um lar no rumo com as glórias.”

Podemos não entender cada chegada e cada partida em nossa vida. Coincidência, destino, já estava escrito, foi o anjo que conduziu… Não sei precisar, mas compreendo que todos os nossos encontros são transformadores, pois são dados e recebidos intensamente como algo divino.

Minha gratidão ao amigo Martinho, até então “desconhecido”, mas que estava ali pronto para compartilhar o que de mais belo Deus nos deu: o perceber no outro a Sua presença”.

Siga firme, entre versos e harmonia!

 

 

 

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras (josuacosta@uol.com.br)

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

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