O FACÃO D’EU PODAR
MINHAS ROSEIRAS
Há algum tempo, comprei um facão para podar meus pés de
roseiras e que também o utilizo para cortar coco verde.
Durante as manhãs, às vezes corto também flores dos meus pés
de roseira, para decorar, harmonizando então com florezinhas, nossa Hemeroteca
e Espaço Cultural, pois desde criança que gosto de flores e de santos. Era minha
brincadeira favorita. Brincava também de cemitérios, pois maldosamente, pegava
as lagartas e borboletas, pra fazer cirurgia até não resistirem e serem
sepultadas e para depois se tornarem santos com as figurinhas de personagens
beatificados pela minha religião católica, que eu comprava no barracão de Pau
dos Ferros, na hora do recreio da escola Circulo Operário, com o dinheiro que
minha mãe me dava para lanchar ou então quando o meu padrinho Edésio Rocha de
Aquino, que era tabelião de um cartório que era localizado ao lado da escola
que eu apenas frequentava, pois não era um aluno aplicado nas tarefas escolares
quando eu ia então, dá a benção a ele, exclusivamente com o propósito de ser
presenteado com a contribuição de um
dinheiro trocado para gastar na hora do recreio. Eu só queria mesmo brincar em
volta de casa e também sonhava um dia ser escritor como aqueles do livro de
leitura que toda vez quando a professora solicitava para acompanhar a leitura
do dia, “lendo apenas com os olhos”, dizia ela e eu muito pequeno ainda, nada
entendia. Só sabia eu fazer uma leitura oral como minha mãe me ensinava todos
os dias cedinho antes de ir pra escola que era no turno matinal.
Mas percebo que quando pego o facão para cortar um buquê de
flores dos meus pés de roseira alguma madame que caminhar pela rua pode se
assustar com falsa dedução nesse mundo contaminado com tanta notícia ruim sobre
a violência urbana, e também, algum fanfarrão pensar que tenho alguma pretensão
algoz ao segurar meu facão. Mas, uma
certa vez, uma madame aqui da rua comentou sobre o perigo d’eu deixar o facão
assim exposto, mas não me amedronto se alguém o utilizar contra mim, para me ameaçar e coagir para invadir o Espaço
Cultural ou de modo algoz me aniquilar.
Mas, propositalmente eu deixo meu facão exposto na calçada
pra pensarem o que quiserem, ou me furtarem o facão outra vez da calçada e
quando pude comprei, um outro facão igualzinho ao que eu havia comprado antes,
graças a Deus.
Martins Sampaio – Natal, 20/10/2017.
06: 53 horas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário