COM O AVANÇO
DA IDADE
Com o avanço da idade, a gente vai recorrendo por indicações
a umas determinadas especializações de saúde para check-up de exames. E então
fui a um consultório de um determinado Doutor que nossa família sugeriu.
No consultório, quando compareci, durante a primeira vez e
única até o momento, portanto de uma cordial saudação, o Doutor na minha idade
etária, com uma boa apresentação, ante a solicitação de algumas informações
pessoais, apenas nada demasiado, naturalmente me perguntou: “Onde trabalha?” , “Onde mora?”, “É casado?”....
Respondi: Trabalho onde mantenho um Espaço Cultural, embora não tenho eu
cultura. Moro ainda no lar com nossos pais e graças a Deus não quiseram casar
comigo quando eu era jovem.
O Doutor então perguntou: “Quanto tempo, uma hora, duas
horas?” ... “uma vez por semana, um dia, dois dias?” falei que era os sete dias, tempo integral, portanto
subentendido que naturalmente não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo,
pois entre uma tarefa e outra algumas vezes, obvio fica com as portas cerradas.
O Doutor então concluiu e comentou: “Ah! Mora com o papai, com a mamãe?... “ . Minha
irmã que também estava na sala, acrescentou algo que eu a auxiliava na
assistência aos nossos pais que são idosos.
Fiquei em silêncio absurdo a refletir: Certamente, o Doutor
me comentou de um modo, como se eu fosse um débil ou talvez alguma dúvida da
heterossexualidade minha com a minha consequente solidão e veneração cultural.
E ocorreu a consulta, a qual me solicitou alguns exames.
Voltei a Clínica no dia marcado e fiz uma bateria de exames.
Nossa irmã quando foi receber e no retornar para apresentação do resultado,
falei apenas para nossa irmã mostrar o resultado quando ela fosse também com o
dos nossos pais.
A gente às vezes significa para algumas pessoas, apenas o que
quanto possuímos e não o que somos todos criaturas abençoadas por Deus!!!.
Estar e ser é numa síntese uma plenitude. Não tão transparente, pois é
subentendido para se compreender. Numa síntese devo certamente sido
interpretado pelo tal doutor como sendo eu, um retardado, fresco ou vagabundo.
03/03/2015
Martins Sampaio de Souza (Martinho)
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