BURRICO E
SEUS AMIGOS – Nº III
Burrico, não sabia quem era de fato, os Seus
Amigos. Estimava, qualquer bicho e se dava por satisfeito, em encontrar
alguém pela floresta.
Haviam bichos ocupados com seus afazeres, sempre
atrás de sobreviverem, pois o tempo de bicho era curto e levavam a vida, apenas
em busca de alimentos e os bichos são comilões. Não se dispunham, para
dialogar, além de apenas, se cumprimentarem. Assim os bichos encontravam com
Burrico e cumprimentavam-se às pressas, com simpatia.
Assim, atarefados se falavam. Viam-se as Formigas
em exercito, unidas carregando folhas. Os pássaros construindo ninhos, Abelhas
fabricando mel. Passageiros a cumprimentarem Burrico.
Burrico saboreava sempre um capim seco e deixava
como sobremesa o pasto verde, encontrado do outro lado da colina. Depois,
adiante saciava sua sede na água fresca do lago. Acabava sua rotina, numa
sossegada sombra duma árvore macieira. Então, rodeava pelos quatro cantos da
floresta, sempre dessa forma, de bem com todos da fauna.
Passaram-se os tempos, e Burrico cumpria seu
trabalho. Vivia, até então, como os demais bichos da floresta. Quer dizer,
comia através, do seu próprio sustento, sem servidão.
Um dia, Burrico encontrou com o Gato. É bom
lembrar, que nesses tempos dos bichos, não havia a situação doméstica dos
bichos. Era gente nas aldeias e bichos na floresta. O Gato não teve lá muita
disposição para cumprimentar o Burrinho. A normalidade prevaleceu com Burrico,
logo cumprimentando o Gato. E o Gato, se
impressionou com aquele animal forte, bonito e simpático. Porem,
descalço, sem ferraduras... o que constituía falta de elegância ou de
coordenação prum ser vivo com tamanha formosura. Isso foi notado, porque o Gato
era muito vaidoso. Lavava-se em lambidos, porque a água do lago continha
micróbios.
Quando defecava escavava sempre para ocultar
esses feitos. Denominava um gesto nobre quando acaso se testemunhasse um flagra
do Gato executando esse serviço. Se sabe que todo esse acontecimento se deu
quando reinavam os bichos e a soberania da floresta era o Leão e o Gato com sua
limpeza era importante pra sociedade bichana.
Então, o Gato arrumado e arrogante chamava-se
Beleza. Só mesmo um presente dos deuses da mitologia, para se explicar o dote
de suas sete vidas, porque não era capaz de suar pelo trabalho. Conscientizava-se
todo ser ter uma missão, através do trabalho. Foi consumado que dessa forma, a
natureza do Gato levaria sete vidas para construir alguma coisa útil para o
mundo, útil para a floresta.
Tudo que foi dito antes, nessa narração foi para
não acusar o Gato de preguiçoso. Mas permitindo uma explicação, se esclarece
uma impressão mais coerente a respeito do Gato para conclusão do leitor. Pois,
com o conhecimento dos fatos, é possível se fazer um juízo mais justo para tal
bicho.
Vivendo com esses propósitos, numa vida
acessível, em que teve direito a sete romances. Justificação para a monogamia
durante cada uma vida de suas sete vidas.
E o Gato em confronto de saudação com Burrico foi
grato e a gentileza de Burrico prestou-lhe um favor, quando descuidado, o Burro
acidentalmente em contemplação com o Gato, pisoteou uma caça e o Gato não se
deu ao trabalho de ter que caçar. Depois do rango, o Gato cochilou por ali,
continuando nas proximidades donde Burrico estava posto a pastar...
E o Gato nem se deu nem ao trabalho de pensar em
nada mais pro que viesse...
Quando dormindo teve bons sonhos para si.
Cativaria aquele animal desmiolado e concluiu quando acordou que necessitava
serem amigos.
E Gatinho foi-se pras grutas das pedras onde morava,
de carona na sela de Burrico...
* Texto dos Anos Oitenta, encontrado numa etapa de limpeza de minha
bagunça, empoeirada.
Martinho.
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